sexta-feira, 19 de outubro de 2007

"O velho e o moço"

Ontem tentei achar palavras pra me definir neste estado atual... é meio complicado.
Fica tudo meio tendencioso quando se pega uma gripe durante uma noite inteira em claro, e que me faz ficar com estado subfebril (é, não era só calor...), e com os olhos doendo, e com medo de se estar com dengue, e do corpo mole e falta de olfato... tudo fica muito mais tendencioso.
Tendencioso pra se achar que nada vai bem, que eu, novamente, me encontro numa fase depressiva, desvitalizada. Fase em que eu mais sei usar máscaras e me esconder do mundo que se passa a minha volta. Fase em que eu não quero mais nada além de dormir, deitar... e às vezes chorar... Mas fico só nos dois primeiros mesmo. O choro se engasga, prende a garganta, dificulta a respiração... mas fica sempre retido. É... como um aborto retido. Retido o suficiente para se infectar, para matar. Mas não tenho antibióticos para melancolia, sem remédio para tristeza (e sem direito a Prozac... também não é pra tanto).
Só vou deixar tudo assim... porque o acaso é amigo...


"Deixo tudo assim.
Não me importo em ver a idade em mim,
Ouço o que convém.
Eu gosto é do gasto.

Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer que eu preciso sim
De todo o cuidado.

E se eu fosse o primeiro
A voltar pra mudar o que eu fiz.
Quem então agora eu seria?

Ahh tanto faz! E o que não foi não é,
Eu sei que ainda vou voltar...
Mas, eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em ver
vaidade em mim.
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo e eles têm razão.
Quando vem dizer que eu não sei medir,
nem tempo e nem medo.

E se eu for o primeiro
a prever e poder desistir do que for dar errado?

Ahhh, ora, se não sou eu quem mais vai decidir
o que é bom pra mim?
Dispenso a previsão.

Ahhh, se o que eu sou é também
o que eu escolhi ser aceito a condição.

Vou levando assim.
Que o acaso é amigo do meu coração
Quando falo comigo, quando eu sei ouvir..."

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