sábado, 29 de setembro de 2007

Quase nada muda

Escrito em 10/5/2007, 00:47

Já não bastava ter de sofrer sozinho, resignado e tentar fazer as coisas de um jeito diferente ainda tem que sofrer agressões?! Eu devia ter lido melhor o contrato... as letras pequenas tem tudo, as entrelinhas são imoprtantíssimas. É ser muito burro mesmo... Eu não escolhi ser diferente, eu nunca quis me destacar... ficaria extremamente contente em ser só mais um na multidão. Eu cresci acreditando que ia ser assim, agora as coisas resolvem mudar... fala sério! Acho que viver seria bem mais fácil se eu só tivesse que preocupar comigo mesmo... e daí que as pessoas passam fome, e daí que minha mãe tá passando mal, e daí que eu saio no dia da importante final do Figueirense e Quinze de Piracicaba (eu sempre achei que esses times são tipo um nada... mas sei lá)... Imagina um mundo em que ninguém me perguntaria o que eu tenho feito da vida e quando eu respondesse "Ah, matado umas aulas, mentido pra algumas pessoas, ficado jogando poker ao invés de estudar..." e ninguém importaria... Acho que num mundo assim eu não precisaria ficar aqui escrevendo pra mim mesmo, só pra que eu saiba que eu concordo comigo mesmo, sem querer em nada ser diferente do que eu sou, mesmo com minhas "porqueiragens"... fala sério, há muito tempo que eu deixei de acreditar que existem pessoas perfeitas, mas todo mundo parece que ainda acredita nisso... wake up people! Eu queria não me sentir tão mal com o ódio que eu sinto, com toda a fúria. Queria ir agora e falar na cara "Você é uma vaca! Vai tomar no cu!" Mas não... eu tenho que manter o nível da convivência social... o escambal com a sociedade! Hipocrisia e só! Acho que faz parte da vida humana sempre acreditar que as coisas só estão piores agora, com o tempo melhora, porque você já está fazendo algo pra que seja diferente... oh ilusão! Faz parte da sobrevivência, eu sei, mas não devia ser tão ruim desistir às vezes, só parar e voltar quando se quer, sem que se perca nada, sem que a vida em si passe. O pior é que não sou o primeiro a falar isso, nem serei o último... Se fosse possível eu escolheria só algumas pessoas pra ter de conviver... você não é importante pra mim, azar. Eu só quero fulano e fulano na minha vida... Já pensou?! Vida muito mais fácil na certa! Mas não, tem o colega idiota que você tem de ouvir e admitir que ele sabe muito; tem o imbecil do professor que é pura demagogia, mas que você tem de balançar a cabeça e sorrir quando ele fala as merdas dele; tem aquele inútil que trabalha no estacionamento que você se sente obrigado a perguntar se tá tudo bem e desejar bom dia. Oh vidinha... Sabe outra coisa que seria bom? Se todo mundo entendesse as coisas como você entende. Não que precisasse ser todo mundo igual, com os mesmos pensamentos, os mesmos comportamentos, mas que ouvisse uma música e falasse que sabe perfeitamente o que eu penso quando eu a canto, que não teria problema algum em aceitar a forma como eu sinto em relação à uma imagem, um filme... Não, o mundo não é assim! Mas ainda acredito no amor, na alegria e na puta que pariu... viva a modernidade!

sábado, 22 de setembro de 2007

Gestação!

Não me pergunte o porquê... já tentei parar de me entender há tempos... de me explicar então, nem se fala...
Talvez seja filhote de elefante mesmo (o peso já denuncia, eu sei), mas não faço idéia do que pode sair de um período de gestação tão longo. Talvez fosse só o tempo pra me reinventar, ou só achar que tantas coisas assim mudaram.
Não sei como se resume um período (assim) tão longo, nem se é o importante agora. Não sei se em novembro de 2005 eu acharia uma ida ao shopping tão chata quanto um domingo a tarde na televisão, ou se naquela época eu chegaria em casa e escutaria Chico Buarque, ou se ia ter essa vontade de parar o tempo um pouco, só pra me descansar das pessoas... talvez sim...
Interessante que isso é meio constante... as pessoas me cansam às vezes! Agora, na minha fase "ameba de ser", ando pouco me importando com o que acontece ao meu redor (que "está deserto"). Fica quase como se todo mundo pudesse ser só Joões ou Marias, não faria diferença... e um "vai pra puta-que-pariu" sai tão fácil que já nem tem tanto efeito mais.
Hoje eu tenho um Pierrot só pra mim, e descobri que ele me toca mais pelo que ele sente pelos outros do que pelo que ele sente por si mesmo. Hoje eu tenho vontades que ainda não sei controlar. Hoje eu ainda não sei conversar com pessoas que não conheço. Hoje eu sou um misto de passado e presente que me fascina (e também me assusta). Hoje eu quase me sinto um personagem de Machado de Assis, sem entender qual é o da Capitu. Hoje eu sou um mistério... será?!